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O que é História Oral?

A forma contemporânea de se praticar a História Oral é herdeira do final dos anos 1940 quando, nos Estados Unidos, ocorreu a formação do programa de História Oral da Universidade de Columbia, cuja preocupação era reunir entrevistas com grandes personagens da história norte-americana. Paralelamente, o trabalho com a história oral, na Europa, reunia relatos de personagens da resistência francesa e, no México, de líderes que participaram da Revolução Mexicana.

De acordo com a Associação Brasileira de História Oral – ABHO, “as formas de praticar a história oral variam conforme o objetivo das pesquisas e dos pesquisadores”. Grosso modo, ela pode ser caracterizada como uma metodologia que potencializa a interação entre entrevistador e entrevistado ao redor de um tema de interesse comum.

Por intermédio das provocações do entrevistador, o entrevistado é incentivado a narrar algumas de suas experiências sociais do passado e do presente. Nesse processo, emergem subjetividades, cujos sentidos vão sendo construídos durante a própria entrevista. Trata-se, portanto, de uma metodologia que se preocupa não apenas com as maneiras pelas quais as pessoas vivem ou viveram, mas, sobretudo, inventam, narram e rememoram sua vida.

No que diz respeito ao Brasil, a História Oral se institucionalizou durante as décadas de 1970 e 1980, principalmente nos ambientes universitários. Isso se mostrou perceptível no lançamento de várias publicações, incluindo-se os diversos manuais de História Oral, dando destaque às reflexões metodológicas (preparação da entrevista, realização/gravação da entrevista, transcrição do áudio, coleta de assinatura no termo de autorização de uso da entrevista etc.). À época, ganharam destaque os trabalhos em História Oral realizados pelo Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil – CPDOC (criado em 1975), pelo Laboratório de História Oral do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina – LABHORAL (também em 1975) e pelo Laboratório de História Oral da Universidade da Região de Joinville – LHO/Univille (fundado em 6 de março de 1982).

O aumento do número de publicações resultantes de projetos de ensino, pesquisa e/ou extensão baseados na metodologia da História Oral vem potencializando um rico debate intelectual em ciências humanas, com destaque para a reflexão interdisciplinar que tal metodologia impulsiona.

Ademais, para os/as que desejam conhecer outras informações sobre alguns dos aspectos teóricos e metodológicos que revestem o pensar e o fazer História Oral, você pode encontrar na seção abaixo a bibliografia de referência.

Bibliografia de Referência

  • CORRÊA, Carlos Humberto P. História Oral: Teoria e Técnica. Florianópolis: UFSC, 1978.

  • EVANGELISTA, M. B.; ROVAI, M. G. de Oliveira; RIBEIRO, S. L. S. Audiovisual e história oral: utilização [de] novas tecnologias em busca de uma história pública. Oralidade, v. 5, n. 10, p. 89-105, 2011.

  • LIDDINGTON, J. O que é história pública?: os públicos e seus passados. In: DE ALMEIDA, J. R.; ROVAI, M. G. de Oliveira (orgs.). Introdução à História Pública. Rio de Janeiro: Letra e Voz, 2011. p. 31-52.

  • MEIHY, J. C. B. Canto de morte Kaiowá: história oral de vida. São Paulo: Edições Loyola, 1991.

  • MEYER, Eugenia. Memoria, olvido e historicidadTestimonios, n. 1, p. 180-191, 2009.​

  • PEREIRA, Lara Rodrigues. ; CARDOSO, Jaqueline Henrique. Comitês de ética: regulamentando a História Oral?Tempos Históricos, V. 17, p. 68-82, 2014.​

  • RITCHIE, D. A. Doing Oral History: a practical guide – using interviews to uncover the past and preserve it for the future. 2 ed. New York: Oxford University Press, 2003.​

  • ROSENTHAL, G. A estrutura e a gestalt das autobiografias e suas conseqüências metodológicas. In: AMADO, J.; FERREIRA, M.M. Usos & abusos da história oral. 4. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2001. p. 193-200.

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